A porta abre para a realidade não por intermédio da mente, mas por intermédio do coração.
O maior problema que o homem moderno enfrenta é que a mente é extremamente treinada e o coração, completamente negligenciado — não apenas negligenciado, mas condenado também. Os sentimentos não são permitidos, são reprimidos. O homem de sentimento é considerado fraco; o homem de sentimento é considerado infantil, imaturo. O homem de sentimento é considerado antiquado — primitivo. São tantas as condenações do sentimento e do coração que, naturalmente, a pessoa fica com medo dos sentimentos. Ela começa a aprender como se desligar dos sentimentos e, aos poucos, o coração é simplesmente ignorado; a pessoa passa diretamente para a cabeça. Pouco a pouco o coração vai se tornando apenas um órgão que bombeia o sangue, purifica o sangue, e nada mais.
Na história da humanidade, pela primeira vez o coração está se reduzindo a algo absolutamente fisiológico — ele não é! Oculto por trás da fisiologia do coração está o verdadeiro coração —, mas esse coração verdadeiro não faz parte do corpo físico, por isso a ciência não pode descobri-lo. Será preciso aprender sobre ele com os poetas, os pintores, os músicos, os escultores. E, finalmente, a chave secreta está nas mãos dos místicos. Mas, depois que você descobre que existe uma câmara no interior do seu ser — sem nenhum contato com a educação, a sociedade, a cultura; totalmente livre do Cristianismo, do Hinduísmo, do Islamismo, completamente apartada de tudo o que tem acontecido aos seres humanos modernos, ainda virgem — depois que faz contato com essa fonte do seu ser, você passa a viver a sua vida num outro plano.
Esse plano é divino. Viver na mente é o plano humano, viver abaixo da mente é o plano animal. Viver além da mente, no coração, é o plano divino. E o coração nos conecta ao todo. Essa é a nossa conexão.
Todas as meditações que tenho aconselhado têm uma única finalidade: transferi-lo da cabeça para o coração, tirá-lo da mira da cabeça e apresentá-lo à liberdade do coração, fazê-lo tomar consciência de que você não é apenas a cabeça.
A cabeça é um belo mecanismo; use-a, mas não seja usado por ela. Ela tem de servir aos seus sentimentos. Quando o raciocínio começa a servir aos sentimentos, tudo fica equilibrado. Uma grande tranquilidade e uma grande alegria emanam do seu ser, e elas não vêm de fora, mas das suas próprias fontes interiores. É algo que jorra, que transforma você, e não só você — deixa-o tão luminoso que qualquer um que entre em contato com você terá uma amostra de algo desconhecido.
OSHO